Alquimista do Saber

“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.” Fernando Pessoa

Eu quero algo que por ser tão difícil de ser encontrado se torne muito além do querer, quero algo que não me faça mais querer coisas variadas e aleatórias, quero encontrar apenas um querer fixo que estabilize-me em um ponto neutro que somente o querer alpha (vou chamá-lo assim) que finalmente foi conquistado (se conquistar)  aumente ainda mais o meu querer sobre ele. Eu desejo que meus anseios se encontrem com esse querer, e que nessa busca consiga provar para o cosmo que quimeras podem ser reais, nesse busca serei como um alquimista que encontra a fórmula secreta dos seus objetivos, eu quero persistir sempre para que se realize o meu querer, fazendo-me acreditar que toda a dificuldade de tanto querer não foi em vão.
 Além do querer alpha eu quero ser também o que não sou para que dessa forma só quem saiba o que sou realmente me conheça integralmente, eu quero ser um estúpido, afinal, a minha estupidez é meu querer disfarçado. Eu quero ser um imbecil para que só quem consiga me visualizar além disso se aproxime e crie vínculos, eu quero ser uma caverna impenetrável para que somente encontre a localização dela desbravadores leais e persistente que almejam realmente descobrir o que tem no seu interior. Eu quero ser um mistério para que alguém  o desvende e tome posse de mim, eu quero sonhar de forma louca para que a razão enfim me encontre, eu quero viver de extremos pois meu querer encontra-se em lugares altos.

Eu só não quero ser querido por todos, pois gosto tanto de exclusividade como gosto que saibam que sou uma exclusividade para ela também, eu não quero que a simplicidade e a rotina se tornem preponderantes, pois meu querer perderia o brilho, eu não quero ser legalzinho porque não aceito qualquer coisa ou qualquer pessoa, eu não quero socializar-me com quem não goste só por convenção social, eu não quero envolver-me por interesses fúteis e ignóbeis, eu não quero deixar de sentir o aroma do pecado, não quero deixar de ouvir o que não é para ser escutado, eu não quero deixar de ver o proibido, pois se fizer isso meus sentidos não conseguirão diferenciar as aparências das essências.

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não quero uma verdade inventada.


Clarice Lispector
Eu só sei que meu querer é que me faz voar por lugares desconhecidos, aventureiros e perigosos. Me faz arriscar e ao mesmo tempo me precaver, afinal, esse querer pode trazer terríveis consequências, prefiro que esse querer seja amordaçado por enquanto, o querer principal agora é o querer banal e simples... Quando achar esse querer alpha envolverei ele em meus braços que transpirarão desejos e amor puro para que ele sempre se renove e cresça em uma busca diária de uma constante conquista.

Saudações  Desejáveis a Todos.


Um lunático canta dentro de mim músicas com letras que não sei o significado e melodias que às vezes confundem os meus sentidos, ensurdecendo a razão, cegando o horizonte e calando os desejos e pedidos de socorro. Com cifras codificadas e pragmáticas que não permitem uma boa sonoridade e que distanciam a possibilidade de entendimento e harmonia consigo mesmo.


Esse lunático encontrou refúgio em lugar inóspito dentro de mim, sua alimentação é rigorosa e fixa regada de arroz de intropescções, feijão de nostalgia e bifes de bipolaridade. Ele Gosta da solidão como uma inspiração para sua arte e criações, sente o peso da liberdade que em vez de torná-lo livre aprisiona-o... quando choraminga ele faz de forma silenciosa com receio de pertubar o seu hospedeiro, quando se anima um pouco faz serenatas com frases e verdades falsas, fazendo-o acreditar que a nova canção que produziu é diferente das outras e que dessa vez ela durará um bom período de sucesso, mas não adianta o músico lunático é um fracasso em fazer músicas boas, suas criações são sempre sorumbáticas e sem cor.


O Espectro

Anda um triste fantasma atrás de mim
Segue-me os passos sempre! Aonde eu for,
Lá vai comigo…E é sempre, sempre assim
Como um fiel cão seguindo o seu Senhor!

Tem o verde dos sonhos transcendentes,
A ternura bem roxa das verbenas,
A ironia purpúrea dos poentes,
E tem também a cor das minhas penas!

Ri sempre quando eu choro, e se me deito,
Lá vai ele deitar-se ao pé do leito,
Embora eu lhe suplique:Faz-me a graça
Florbela Espanca

O músico lunático sempre nas noites insones recita docemente esse belo verso, para que eu saiba que ele sempre estar por perto.

Mas nem sempre o lunático incompreendido isola-se, de vez em quando buscando agradar-me ele procura dialogar com novas companhias que sorrateiramente surgem no seio de sua moradia, em busca de fazer novas amizades e querendo conhecer novos sentimentos toca com seu banjo racional melodias agradáveis aos novos amigos, se diverte, rir, se encanta e por fim como de costume se decepciona, se irrita e invoca impediosamente sua solidão, expulsando de forma dolorosa e traumática os novos amigos que se apresentam com nomes estranhos e impronunciáveis por mim por medo de represálias, mas que arrisco-me dizer que são conhecidos pela a grande mídia interpessoal e buscado por todos os hospedeiros, que fazem esses seres viverem harmoniosamente na alma de forma civilizada e normal, alimentando-os do raríssimo amor que para eles é um manjar alimentício na cidade dos sentimentos que poucos podem desfrutar.


O lunático fingidor de poeta, metido a desbravador de experiências interpessoais e por fim músico de beira de rua, vive sobre uma adaptação da ideologia da escola cínica de Diógenes, que na analogia dele prega o desprovimento de emoções como requisito fundamental para alçar a liberdade, a pseudo-felicidade e a sastifação pessoal, buscando tornar suas canções em melodias que soarão como um canto de  um passarinho cheio de paz, harmonia e coerência no meio de um novo habitat seguro e confortável que ecoa sempre boas novas e flexibilidade nos ventos tempestuosos do viver... Pelo menos é o que ele sonha e sonhos de lunáticos ninguém discute.


Saudações Musicais e Lunáticas


Ele que era eu vivia o mundo construído de mentiras que até o próprio eu acreditava ser real, as transfigurações translúcida do real com o inventado se mesclaram e confundiram-se trazendo a dúvida algoz se era melhor viver as mentiras do eu criado [ELE] ou as verdades dolorosas do eu sofrido. Ela que pensava que conhecia o eu dele, vivia a ilusão do personagem do eu dele inventado em uma troca de mentiras que a conivência e agradabilidade de alguns momentos calava de forma sorrateira todos os suspiros de aprofundamento sendo substituído pela superficialidade ilusória de um amor parcial, físico e linear.
“Quem és tu que a ilusão é tanta que é incapaz de definir o teu eu” (Mundo Quintal)


Éramos 4, o eu verdadeiro, ele, ela e nós, vivíamos sobre os altos e baixos de criações e aventuras, alegrias e omissões recíprocas,  guardando para si os segredos do pensamento contrário dessa relação, fugindo das dúvidas, riscando os medos e triturando as indagações com o receio de sair da linha normalidade e da boa convivência, atuando com sorrisos cheios de dentes, lágrimas invisíveis e pensamentos abstratos escondidos até da própria consciência, constantes indações sem nenhuma pergunta, várias revoluções sem nenhuma arma, tudo movido pela práxis da ociosidade mórbida e letárgica de sonhos amordaçados por perspectivas ruins e as nuvens sempre recheadas de pingos de pessimismo com alguns raios de esperanças nas tempestades bipolares, onde os furacões apresentavam gritos  de boas novas e a calmaria aparecia selvagem com os grilhões do fictício carpe diem que não passava de sujeição e conformismo em aceitar vidas  inventadas e maquiadas.


O Eu foi preso com as algemas da hipocrisia e das inverdades, sobre acusação de introspecções constantes e subversivas de respostas e perguntas reacionárias do próprio eu, que há muito tempo foi escondida, dizem eles, sobre a criação abstrata de um ser inventado que há muito tempo deixou seus ‘eus’ presos na caverna da verdade, sobre a promessa dos Eus se libertarem em um devir paradisíaco, enquanto isso para eles se fez necessário seguir o percurso sem perguntas, sem respostas, sem verdades e sem vida, vivendo apenas o espectro do ELE que tomou o lugar do Eu preso na caverna da verdade para o ELE caminhar na mentira do teatro da vida sem cor, onde encenamos o papel criado por eles e nós, onde a verdade é apenas um verbete de uma fala utópica do personagem do sonhos que foi trancafiado sem nunca se apresentar para ninguém.


Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente. Cada sonho meu é imediatamente, logo a aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, que passa à sonhá-lo, e eu não. Para criar, destruí-me, exteriorizei dentro de mim, que dentro de mim não existo senão exteriormente. Sou a cena viva onde passam vários atores representando várias peças. Fernando Pessoa
Máscaras são os acessórios, maquiagem são as faces e os sorrisos constituem as falas dos personagens do teatro sem cor, caminhando na perspectiva funesta de bons moços, vivendo sobre a irrealidade da nossa criação que parece tão real que esquecemos que somos atores e que o que nos rodeia é uma platéia que cobra de nós uma boa representação e uma ótima atuação, seguindo as regras estipuladas na obra dramatizada da mentira. Vivendo sobre o jugo da interpretação de dizer sentir o que não sentimos, de falar o que não acreditamos, de sorrir quando choramos e principalmente de vivermos enquanto estamos mortos, como zumbis espirituais em um mundo material...

Saudações para o Eu, o Ele e o Nós.


Abordar um assunto tão corriqueiro como a boêmia, drogas, libertinagem e em termos vulgar diria 'vagabundagem' é difícil para qualquer um comentar e escrever, mas de qualquer forma tentarei expressar esses tópicos ressaltando a beleza e a dor, (claro dualidade nunca pode faltar em meus textos) da diversão noturna que é o paliativo dos felizes em uma noite, a anestesia dos histéricos na solidão e a companheira fiel da liberdade mascarada com o batom da efêmeridade. Depois dessa chata introdução, vou tentar introduzir. (HAHAHA)


Uma vez uma moça que eu pagava para ficar na minha frente durante uma hora escutando tudo o que tinha para dizer me perguntou o seguinte: - Wesley por que a necessidade de se entorpercer? – Refleti alguns instantes e de forma sincera e convicta respondi: Além de precisar dos extremos, os entorpercentes pra mim é o caminho mais rápido, ágil e gostoso de fugirmos de uma realidade funesta de aparências, onde a razão nos coloca grilhões que não nos permite voar, tornando o mais simples complexo por frequentes e rigorosas introspecções críticas sobre o convívio social, tudo isso pelo motivo pífio de supervalorizar a realidade e a própria existência, tornando-nos materialistas e pragmáticos. Essa falta de leveza do ser - que acredito ser só quebrada pelo alteradores de consciência - nos tira a maior alegria dos felizes, que é a tão sonhada flexibilidade e para não continuar sendo prolixo direi: ‘são os entorpercentes que possuem em seu princípio ativo a flexibilidade.


Ficar um pouco desligado, meio que sem controle dos pensamentos, com os sentindos alterados, não representa apenas um tempo reduzido no presente, é uma lembrança que é revivida sempre pela nostalgia e aos poucos vai se eternizando no futuro de um modo especial na maioria das vezes. Nunca conseguimos medir o nível de nossas alegrias quando estamos entorpercidos, às vezes estamos vivendo a melhor sensação que já tivemos na vida e isso soa como um dia qualquer, acredito que deve ser pelo fato de que nesse momento não paramos para dimensionar nada e não nos importamos com julgamentos, preocupações ou angústias, a única lei é curtir aquele momento... eu pelo menos não consigo quantificar minhas alegrias, nem muito menos lembrar qual foi a melhor, mas uma coisa eu tenho absoluta certeza, a maioria das vezes que vivi momentos inusitados e felizes teve de alguma forma a introdução de algum entorpercimento.
Essa postagem só foi possível por um entorpecimento que me fez pensar nisso que estou escrevendo, não diria nem pensar e sim refletir nessa ideia que estou apresentando, não é uma simples apologia aos alteradores psíquico, mas sim algo que acredito que me faz entrar em novos mundos e me faz por um momento sair da rotina e da mesmice, para entrar em realidades pararelas que mesmo que seja apenas algumas horas de anestesia alcoólica, cannabistas, ou que seja, sempre traz os bons efeitos lancinantes de euforia, agitação e bom ânimo.
Tudo isso só é possível porque através dos alteradores que se fizerem necessários, conseguimos sair do jugo oneroso da racionalidade pragmática e retirar o fardo idiota da reflexão moral de bom cidadão, respaldado pelo orgulho dos que não conseguem chegar a leveza do ser, por isso a importância da boêmia, pois ela que nos faz mergulhar como um peixe perdido na imensidão do oceano, procurando no desconhecido e no novo encontrar as pérolas da felicidades que estavam perdidas por lugares inóspitos e sinuosos, porém cheio de vida.




Saudações Repletas de Boêmia

Criei esse blog no intuito de extravasar em palavras o que me sufocava por dentro, usando a escrita - através de devaneios, de ideias ou qualquer sentimento que brotasse no momento em que abrisse o word - como um meio de respirar algum tipo de alívio paliativo dos tormentos insones da madrugada. Com essa nova tática fiz do meu blog meu conselheiro ,meu amigo, meu remédio e meu divã, as noites que procurei consulta nesse psicólogo foram sempre regidos por uma amiga fiel, que quando de forma intensa procurava-me e com toda força possuía-me me inspirava e me dava o tempo necessário, para que como hoje pudesse escrever alguma coisa. Alguém quem saber quem é ela? Leia essa chatice abaixo que por seu companheirismo, tormento e inspiração resolvi lhe dedicar toda essa prolixa descrição.

Que tormento és tu que me fazes ter medo de ficar sozinho, fazendo-me buscar fora do conforto do meu leito a paz e o descanso diário que preciso?  Que perversa és tu que me fazes ver clarear o dia na solidão e na ociosidade do tempo? Que terrível és tu que fazes minha noite virá dia e meu dia virá cansaço? Que onerosa és tu que me maltrata com indagações introspectivas, com anseios do devir e com dores nostalgicas do que não pode voltar? Que perniciosa és tu que me aflinges com traumas e de forma sorrateira vem com sua dominação completa de meus pensamentos, fazendo-me pensar no que não quero? Que bandida és tu que me rouba a tranquilidade, me furta o repouso e inescrupulosamente me aprisiona em um hiperativadade sem fim? Que persistente és tu que diariamente me procura sem eu te querer, exigindo de mim tua total atenção?  Quão odiosa és tu que me tira a bondade e alegria para provar que és má? Que sequestradora és tu que encapuça minha normalidade e me faz viver em um rotina de um louco? Que droga és tu que me ofereces remédios e tranquilizantes, querendo destruir minhas forças físicas, por não achar pouco destruir apenas minha mente? Que química és tu que enlouqueces meu cérebro e suga minhas substâncias essenciais? Que torturante és tu que se regozija da minha intranquilidade? Que maléfica és tu que como uma harpia perigosa finca tuas unhas suja em meus sonhos e me faz voar em ares sujos do desespero? Que maníaca és tu que gostas de me atormentar o dia me fazendo procurar as efemeridades da noite? Que possessiva és tu que não se importa com meu vilipêndio e não me abandonas nunca, pois sempre quer a minha atenção?  Que detestável és tu que escolheu me amar por minha fraqueza sentimental? Que sem escruspulos és tu que não se compadece de mim? Que covarde és tu que me jogou em um labirinto sem saída com caminho sinuosos? Que medrosa és tu que não se contentastes de me maltratar sozinha e chamastes tuas amigas para perfurar com ódio e rancor minhas emoções?

Que criativa és tu que abre minhas veias poéticas? Que loucura és tu que faz brotar em mim sentimentos quem sem vc não consigo sentir com tanta intensidade? Que poderosa és tu que customiza o tempo fazendo ele parecer ter mais de 24 horas, me fazendo passear no ramo das artes observando-me silenciosamente inspirar-me com a música, filmes e poesias? Que caravela és tu que me fazes navegar em oceanos de pensamentos impulsionado pelos ventos da criatividade, reflexões e abstrações literárias? Que egocêntrica és tu que me inspira a falar sobre si mesma?

Quem és tu que me conveces que o céu é infinito? Quem és tu que fazem da minhas palavras poesias e da minhas poesias vida? Quem és tu que me inspira a desabafar minhas angústias através de palavras? Quem és tu que me fazes tornar um blog um divã? Quem és tu que me fazes deixar de sonhar subconscientemente pra fazer-me sonhar conscientemente? Quem és tu  que me fez apaixonar-me pela madrugada e detestar o dia? Quem és tu que me fazes ver adormecendo ao meu lado a minha amada fazendo-me invejar seu sono tranquilo? Quem és tu que só vai embora sobre embalos de canções? Quem és tu que sem pestanejar vai embora quando uso o psicotrópico tetra-hidra-canabinol? Quem és tu desgraçada infame, prostituta insaciável, maldosa, vil e opulenta ? Quem és tu meretriz sanguessunga? Quem és tu agiota usuária que me cobra exorbitantes juros hiperativos por algumas horas de sono? Quem és tu mal do século infectada pelo opróbrio incensante da correria da modernidade? Quem és tu que aprisiona o relógio e me faz perder a contagem do dia? Quem és tu sanguinária possessiva que já me fez chorar, desesperar, amedrontar, sonhar e ver as estrelas? Qume és tu dualidade de vilanias e virtudes? Quem és tu espectro do mal com auréolas do bem? Quem és tu paradoxo incongruente de letras disformes? Quem és tu  espiã de segredos pessoais? Quem és tu  amiga insaciável que me faz querer beber todas as gotas de vinho possível? Quem és tu que entorpece meus pensamentos de devaneios fazendo balbuciar de forma escrita loucuras? Quem és tu que me fazes sentir-me esquizofrênico e anormal? Quem és tu que me ajuda a refletir sobre as melhores decisões? Quem és tu que me fazes agir precipitadamente? Quem és tu que se tornou companheira das minhas noites e já me fazes esperar-te sabendo da tua pontualidade e assuidade? Quem és tu que me fazes olhar de vez em quando as estrelas, tomar um leite quente na madrugada, procurar as notícias que o dia corrido não me deu tempo ler, que me fazes ler um livro de forma incensante, que injeta heroína psicodélicas sobre meus pensamentos e que me fazes lembrar da pessoa amada durante toda noite, fazendo desejar-lhe que quando o sol apareça  derrame serotina sobre seu cérebro dando ao seu corpo a vontade de sorrir e possivelmente a esperança de lembrar de mim? Quem és tu que me fez repetir várias quem és tu e não se contenta com a prolixidade desse texto?





- Quem és tu ? (digo eu)
- Ok, vou falar, mas peço-te que me reveles por códigos. (diz ela)
- Tudo bem.




Ainda bem que me falastes a tempo... sim, eu tinha plena certeza que eras tu, agora que já sei quem és, peço-te que se retire do meu quarto, prometo colocar Bob Dylan que tu tanta gostas de ouvir, para velar meu sono por vários minutos até ir embora.
Amigos acho que ela já se acalmou agora dormirei antes que ela resolva voltar.

Saudações Insones Para Quem Dorme



De repente sou surpreendido no meio de um novo mundo, que dificilmente alguém seria capaz de acreditar que existisse, é tão belo e único que sou incapaz de descrevê-lo em sua plenitude, mas mesmo assim tentarei descrever o que consegui visualizar desse magnífico local. Ele possuía um aspecto rústico porém extremamente aconchegante, as casas que tinham uma arquitetura inovadora, não possuía portas, janelas ou cercas, de uma forma impressionante eles se amontoavam em uma forma circular umas de frente para as outras com um toque visilmente interativo,nos arredores desses círculos de casas, via-se jardins de flores exóticas de todas as cores causando um efeito quase psicodélico aos olhos, animais domésticos ficavam livres pelas ruas com a expressão de liberdade extrema que também era vista nos moradores desse local, de alguma forma esse recanto sastifazia todas as minhas necessidades,em poucos segundos eu conseguia respirar uma paz interior que procurei de todas as formas, entre psicotrópicos, festas e amigos que da mesma forma efêmera que surgem se dissipam.

Caminhando ao longo dessas casas escutava-se em algumas uma melodia suave de boa música sendo cantadas em vozes tão harmoniosas que chegava a ser sublime,vozes essas que seguiam o ritmo das guitarras que com um som perfeito se mesclava com piano e sax, olhava estupefato para o interior dessas casas e via nas pessoas a expressão verdadeira de uma felicidade desconhecida por mim naqueles rostos, eles eram sonhadores, aventureiros, meio loucos às vezes, visivelmente notava-se que eles viviam em uma forma de comunidade onde todos se conheciam e se respeitavam, sorriam de uma forma transbordante, às vezes imaginava que todos estavam entorpercidos de algum alucinógeno, mas descartei essa ideia depois  de perceber a firmeza e a convicção que eles conversavam, o mundo alí nada mais era que um palco sujo qualquer q eles caminhavam, sem se preocupar com as precariedades dele, percebia que eles se importavam apenas em  viver de forma completa e profunda a vida, a moral era algo que parecia não existir, todo tipo de promiscuidade existia, mas parecia que esse novo lugar não tinha concebido a ideia criado em nossa sociedade do amor mogâmico, do inferno do vulgamento alheio e do ter em vez do ser. 

As pessoas cresciam em um respeito mútuo e principalmente na ideia de julgar apenas a si mesmo. De tanto contemplar essa nova realidade, que meus sonhos mais intensos nunca foram capaz de conceber,  entrei em uma espécie letargia introspectiva da surrealidade desse momento, de forma inexplicável estava em um local que outrora era tão quimérico que não conseguia ser imaginado nem nos livros mais utópicos. Nesse verdadeiro oásis não era necessário drogas, pois a realidade não precisava ser distorcida para se encontrar em um novo mundo que fuja da atual, pois ninguém queria entrar outra realidade. O sangue dessa gente parecia ser composto de THC, todos eram calmos, tranquilos, amorosos, solícitos e divertidos. Alí a amizade era como se fosse um elo tão profundo quanto os laços afetivos de mãe e filho, uns ajudavam aos outros e o amor conjugal era tão leal e sublime que o filmes mais piegas não conseguiria traduzir em imagens e sentimentos, pois ele tinha uma cumplicade repleta de carinho e dedicação que os melhores atores não conseguiria interpretar.

Não havia leis, proibições ou jurisdição tutelando as pessoas, todos eram livres e faziam seu próprio código ético, a mentira, dissimulação e contendas interpessoais eram tão repudiadas quanto um crime hediondo em nossa sociedade atual. Não havia traições ou ciúmes entre eles, porque eles tinham a boa ideia de não se sentirem donos de ninguém, não havia exigências e cobranças entre si, todos por livre e espontânea vontade se doavam e se dedicavam ao próximo não por cobrança, ou por um laço afetivo criado, mas por sastifação pessoal, pois entendiam que destilar amor era a melhor forma de ser especial e inesquecível.

A leitura, erudição, boa música, filosofia, compreensão do universo e de si próprio eram assuntos prioritários entre eles, haviam exposições de várias ideias diferentes que se concatenavam até formarem um excelente dialogia, todas as opiniões eram respeitadas e aproveitadas, como se de alguma forma eles percebesse que todos eram essenciais na construção da melhor ideia possível, não havia entre eles trabalho individual, pois acreditava-se que a totalidade não é feita de forma homogênea e singular e sim do complemento das especificidades de cada um. Eles não eram iguais, nem padrozinados, eram diferentes, uns calmos, outros mais agitados, uns bem dotados de saber científicos, outros de saber tradicional, uns gostavam de blues, outros de rock, uns eram jovens, outros eram de idades avançadas, mas de forma uníssona e carismática eles acreditavam que ninguém era melhor que ninguém, mas deliciosamente diferentes.

Era um forasteiro alí, desconhecido e com valores imbecis da sociedade que vinha, mas eles me acolheram alegando que só consegue continuar maquiavélico e mesquinho entre eles as pessoas que não recebem amor e se fecham para conhecer a beleza que cada um pode oferecer e eles estavam dispostos a me conceder a graça de ser respeitado pelo o que sou, pelo o que creio e pelo que sonho e que não precisaria mudar minha personalidade para se adaptar a deles, e sim fazer uma dialogia da minha com deles até chegar de alguma forma em um ponto de respeito e admiração que tornaria a convivência amorosa, fincadas nas raízes suprema da chamada Amizade.

Pena isso tudo ser apenas um devaneio introspectivo de um noite insone, de alguém que a todo momento busca fugir dessa realidade, como um alquimista que procura fazer experiências para encontrar o que não pode ser encontrado, mas que sua persistência e determinação acredita ser possível, como esse alquimista vou fazendo as minhas próprias experiências buscando encontrar esse paraíso que nunca vai existir, mas que nunca vai deixar de ser a eterna quimera desse esquizofrênico que vos escreve.
A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata.
Virginia Woolf


Saudações Quiméricas


Nuvem de Calças
Fragmentos... (Maiakóvski)

Alo!
Quem fala?
Mamãe?
Mãe!
Teu filho está esplendidamente enfermo.
Tem um incendio no coração.
Dize às manas Ludmila e Olga
que ele já não sabe pra onde ir.
Que cada palavra
Até a mais leve graça
que lhe sai da boca ardente
salta como uma prostituta nua
fugindo de um bordel em chamas

As gentes farejam:
_ " Cheira a queimado!"
Chamaram a quem?
Brilham capacetes...
São inúteis essas botas gigantes...
Dizei aos bombeiros
que subam ao coração em chamas
com um par de carícias!
Eu mesmo
derramarei de meus olhos
tonéis de lágrimas.
Deixai que eu me apóie
em meu próprio peito.
Saltarei, saltarei, saltarei!
É inútil. Tudo desaba.
Jamais fugirás de teu próprio coração.

No rosto queimado
pela fenda dos lábios
um beijo carbonizado
assoma
pronto a saltar.

Mãe!
Não posso mais cantar.
No templo de meu coração
o altar está em chamas!
Palavras e números
como figuras ardentes
fogem de meu crânio
como crianças de uma casa em fogo.
Era assim que o pavor
de não poder agarrar-se nas núvens
erguia os braços-labareda do Lusitania

Ante a tímida gente
que vive na paz caseira
ergue-se um halo de incêndio
de mil olhos.
O meu derradeiro grito!
Dize aos séculos futuros
pelo menos isto:
Que eu estou em chamas.

Esse poema desde a primeira vez que li impressionou -me de uma forma, que sempre releio em busca de uma análise introspectiva dos meus sentimentos e de como ele consegue se encaixar em várias situações da minha vida. Explicar o sentindo dele é tão complexo como conseguir compreendê-lo em sua totalidade, o que tentarei explanar aqui através dos meus devaneios, são apenas sentimentos novos, alguns desconhecidos e outros bastante repetitivos e insistentes, mascarado dessa vez com desconhecidas cores.

O bom de sermos diversificados é a possibilidade de vivenciarmos várias emoções ao mesmo tempo, alimentando assim nossa bipolaridade até fazer sentir o fervor dos extremos, vivenciando alegrias mentirosas, felicidades desconhecidas, desejos irreais e sonhos fictícios que só conseguimos visualizar de olhos abertos com a doce ilusão de fazê-lo real. Mas, o importante é sonhar e fazer da mais leve graça um espetáculo que faz sorrir a angustiante solidão do viver.

Fazendo uma analogia de sentimentos com essa prostituta fugindo em um bordel em chamas, me faz pensar que a prostituta do sentir é a solidão de um prazer efêmero, um desejo comprado, uma sastifação física sobre os moldes de quem se doa por necessidades e de quem compra por carência. Nossa meretriz sentimental nada mais é que nós mesmo buscando vender nossa alma por grandes amores que vem e nunca voltam,  amiúde adquiridos por pessoas que usam a máscara da força sentimental, tentando vencer uma espectro imaginário de outrem que já se foi.


 Alegraria-me grandemente acordar desses sonhos intranquilos e perceber que esse bordel que pega fogo foi apenas um pesadelo, fazendo-me sentir a paz de uma doce  vida tradicional de uma exemplar família cristã,  caminhando sempre sobre a falsa realidade de uma normalidade ilusória, que apenas segue o rumo de mentiras que se tornaram verdades e de verdades que se tornaram apenas uma utopia distante. O difícil é saber quando estou acordado ou dormindo, a rotina instigante desse vai-e-vem impede que a minha cognição consiga diferenciar verdade de ficção, criando assim a dúvida dolorosa: o fogo que eu vejo queima-me ou é apenas uma labareda fictícia de um “teatro sem cor”.



Enquanto não consigo distinguir o real do irreal vou intextualizando a poesia do magnífico Maiakóvski com a música Luz Negra interpretada por Cazuza, que faz queimar em minha alma chamas de pensamentos nostálgicos e sorumbáticos :

"Sempre só
eu vivo procurando alguém
que sofra como eu também
mas não consigo achar ninguém...

...A luz negra de um destino Cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde eu tô representando o Papel
Do palhaço do amor”

Refletindo sobre isso o que me resta é pedir aos astros e aos deuses do Olimpo que me envie o doce aconchego de um auxílio humano, que faça-me com suas carícias e amor, apagar essas labaredas que carbonizam minhas emoções com a fúria destrutiva da solidão. Que a personalidade desse auxílio seja ingênuo e meigo de um jeito que faça-me mergulhar como uma criança na deliciosa calmaria do fundo de um oceano, onde o fogo da dor e da angústia fiquem distantes, dando lugar apenas a linearidade boa de um horizonte interminável de alegrias duradouras que jamais se tornam insaciáveis.



Que nas noites que o fogo conseguir me encontrar e o que o aconchego dos braços que me protejam não forem suficientes, ela carinhosamente cante com sua voz suave a estrofe desse poema...

...Agora vamos alcançar
Tudo o que não
Podemos amar na vida
Com o estrelar
Das noites inumeráveis...

Saudações em Chamas Para Quem é Frio


Tenha plena convicção que não haveria momento mais propício para escrever qualquer devaneio como nesse momento, coloco para ouvir o som suave e impactante de Vangelis do albúm cosmos, assisti dois filmes sobre a segunda guerra, estou em pleno um sábado ilhado na minha casa, buscando na madrugada refúgios em filmes, músicas e livros, posso me alegrar por está me alimentando de arte, o difícil é somente controlar minhas angústias provindas das reflexões e introspecções instigadas fortemente por esses meios de entreterimento.

Minha vontade de forma alguma seria ficar em casa, queria estar por aí, servindo ao deus baco, animando-me com minha parceira boêmia e dançando com a promiscuidade, vivendo as efemeridades ilusórias da alegria, tomando meus pauliativos eficazes de combate a solidão e a amargura. Amigos, bebedeiras, curtições, lugares que não gosto, pessoas e mais pessoas, tudo isso para evitar a tão detestável solidão, fugindo do maior medo que é se enfretar com a própria situação. O difícil disso tudo é ter que criar uma rotina que sempre te ocupe, que esteja sempre fazendo a máscara dessa ilusão permanecer, não parar nenhum dia para se deparar com a verdade e deixar agir a temível bipolaridade.

A mutabilidade das dores que nunca sei onde dói que é o melhor de tudo isso, sempre estou sendo ensinado em alguma área ainda desconhecida, sobre a dor do amor há alguns anos atrás já experimentei, a dor do isolamente já venci também, enfrentar a própria vilania já consegui aprender e conviver. Sonho mesmo que os pombos do acaso pouse nos meus ombros trazendo consigo o doce aroma de uma felicidade desconhecida, de um ineditismo profundo e bucólico, de uma paz campestre, de um suspiro puro de sabores novos e de realidades coloridas e cubistas.

Cansei de navegar no mar, parece que o balanço das águas não me instiga mais, as tempestades não me assustam mais, por um tempo desejei mais que tudo que elas não me amendrontasse, mas agora vejo que ignorá-las é se tornar letárgico, mórbido, frio e apático, tudo isso por agora saber que as batalhas são substâncias essenciais de aventuras e aprendizado. Queria muito trocar meu barquinho por um grande balão e com ele viajar junto com os pássaros migrando sempre de um lado para outro, atravessendo céus de muitas cidades sem olhar para baixo, olhando sempre para frente com o único e simples objetivo de chegar ao ponto desejado ou apenas sonhado. Parafraseando Red Hot Chilli Pepper e Zeca Baleiro em respectiva ordem,” võe na minha asa-delta, pois os pombos podem voar alto, mas insistem em comer as migalhas do chão”.

Saudações do Acaso Para os Perdidos.

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Wesley Diógenes

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Contato: wesley_diogenes@hotmail.com Quero explicar que o nome alquimista do saber vem da ideia de uma busca constante do conhecimento e do aprendizado, é como se fosse um aventureiro em busca de uma dialogia de filosofias para chegar a um determinado conhecimento, o nome do blog não passa de uma analogia e não se configura como uma prepotência da minha parte.

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Citações

Brilhar para sempre,

brilhar como um farol,

brilhar com brilho eterno,

gente é para brilhar,

que tudo mais vá para o inferno,

este é o meu slogan

e o do sol.

Vladimir Maiakóvski


Os que mais amam são os mais egoístas - Dostoiévski


Já dizia Dostoiévski em os Irmãos Karamazov: "SE DEUS não existe e a alma é mortal, tudo é permitido"


"A memória do coração elimina as más recordações e magnifica as boas, e graças a esse artifício, conseguimos superar o passado." Gabriel García Márquez


"Um alquimista é aquele que vive sua lenda, Desbrava o desconhecido, que sabe que para chegar ao impossivel tem que caminhar por caminhos impossiveis. Brilha sua luz!Sua individualidade coletiva questionadora. Vamos nessa! Navegar é preciso." Clenilson Batista

Viagem Sensorial

Viagem Sensorial
Nas busca irreal do real, vivemos a loucura como o refúgio de não conseguirmos jamais nos adaptarmos à normalidade.

Livros Favoritos

  • Almas Mortas
  • Amor nos Tempos de Cólera
  • Cem Anos de Solidão
  • Crime e Castigo
  • Do Amor e Outros Demônios
  • Dom Quixote
  • Elogia da Loucura
  • Lolita
  • Mais livros no site http://www.skoob.com.br/usuario/mostrar/144017
  • Metamorfose
  • O Anticristo
  • O Cortiço
  • O Morro dos Ventos Uivantes
  • O Pequeno Príncipe
  • Os Irmãos Karamazov
  • Águas para Elefantes


Ah chinnnn, ops Che!

Ah chinnnn, ops Che!

Adooroo

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Surrealismo

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