Alquimista do Saber

“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.” Fernando Pessoa

A exatos 107 horas, 37 minutos e alguns segundos, um tolo que não disse seu nome por pura tolice, resolve me contar uma história... Poderia ter escrito ela ontem, mas o Tolo disse que não gostava do passado, pois ele odeia nostalgia. Pedi pra escrever amanhã, mas ele disse que não gosta do futuro, pois ele é imprevisível e ele gosta de não correr risco com prognósticos que sempre são surreais e remontam várias desconfianças. Perguntei se podia escrever hoje ele falou que aprecia muito o presente, pois ele nunca é presente, nunca é futuro, e nunca é passado são apenas flash de pensamentos que surgem de momento e se eternizam se forem contados ou escritos para que o passado seja rememorado e o futuro o tenha.
Seu Tolo passou esse tempo todo pra vir me contar uma experiência, que ele teve em 107 horas, 37 minutos e alguns segundos. Nesse período ele vivenciou alegrias, loucuras, sensações de bem-estar, conforto, falta de medo, conseguiu curar sua insônia sem a utilização de remédios e conseguia ter as 106 horas e 41 minutos e vários segundos a vontade de contar o que sua tolice levou ele a pensar, nisso ele começou a me contar suas histórias cheias de redundâncias e rodeios, quase não compreendia nada do que ele falava, mas ele mesmo assim tentava me contar... Diz ele que toda sua reflexão começou em uma caminhada pela madrugada do seu bairro, com ouvidos aguçados, com a percepção acelerada, com pensamentos borbulhantes e uma chuva que lhe trazia frio e lhe trazia a companhia no meio da solidão dos seus pensamentos.


Depois de todos esse rodeios, ele começou a falar de algumas experiências que esses 107 minutos e agora 40 minutos lhe forneceram... Dentre elas conta ele que pulou de um barco cheio de homossexuais, caiu dentro de um rio repleto de sujeira, subiu em um barranco completo de lama, ajudou uma moça a subi-lo, foi atrás de outra diversão, encontrou outras pessoas, que no dia se encontravam novamente, no outro dia também, até chegar ao fatídico dia aqui contado. Alguns minutos antes às 106 horas e 41 minutos. Tolo afirmava em seu conto tolo que teve um abraço que o desmontou da cabeça aos pés, abraço esse tão surreal que a moça que o abraçou ainda se encontrava em sonolência profunda incapaz de sentir o mesmo. Mas ele disse que mesmo assim era importante falar esse detalhe.

Sua história se prolonga com várias outras histórias, mescladas de profundidade e várias outras análises que esse Tolo faz questão de contar, mas que a força do tempo que o carrega o deixa inebriado, fazendo ele se estender por rodeios e analogias bobas, pra tentar chegar a especificação de uma história totalmente irrelevante pra quem ler, mas que o Tolo considerava muito importante pra ser contada, sofrendo a pressão da curiosidade que o cercava. O Tolo disse que queria muito contá-la, mas disse-me que o medo o atormentava de forma tão brutal que até o seu medo se esvaía ao ponto de querer me contar. A incoerência do tolo me causava náuseas e me fazia perder a paciência. Mas tive pena do coração desse pobre Tolo amargurado por coisas que ele não quis me contar, pois seu passado era uma lembrança que ele não queria revivê-lo e seu futuro era algo que ele não queria esperar [de novo a redundância].

Ele quis prolongar a conversa, me irritei, e fui grosso ao ponto de querer parar, mas ele me prometeu que iria me contar o que ele realmente pretendia... Ele disse que saberia que alguém mais Tolo que ele estaria lendo isso... No momento deu vontade de espancá-lo na verdade o bati até deixá-lo inconsciente de tamanha raiva que ele me deu, de tê-lo dado tanta atenção, sido generoso e sofrer tamanha enganação de apenas um Tolo idiota...
Mas a exatos 107 horas e 58 minutos [Quase 108 horas] ele acordava em delírios contando nos dedos palavras e números que me deixaram louco e tolo ao mesmo tempo.
Enfim ele conseguiu de forma quase inaudível balbuciar essas palavras:
- Junte as palavras pra encontrar o código secreto que vai dizer o que quero falar.
Abaixo o código:
20º palavra 6ª letra, junta com a 22ª palavra 1ª letra [espaço] 21ª palavra, 1ª e 2ª letra juntas [espaço] 14ª palavra 1ª letra, junta com a 7ª palavra, junta com a 14ª palavra 2ª letra, junta com 2ª palavra 2ª e 3ª letra [espaço] 11ª palavra toda!

Depois disso Tolo novamente desmaia e volta aos seus sonhos me deixando encabulado e sem TEMPO pra explicar como faz pra chegar ao código!
Peço desculpas aos leitores deste abominável conto, mas tive um momento altruísta em minha arrogância e prepotência, para chegar a ajudar um Tolo idiota que me fez perder todo esse tempo e o seu!


Saudações Tolas a todos os Tolos da vida!

"O Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no Cristianismo da Idade Média. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes"



Como vemos o Carnaval vem de um tradição cristã da Idade Média, com todo um aparato religioso instituído pela igreja. Essa tradição ultrapassou as barreiras do tempo e chegou aos dias de hoje.
Hoje temos várias derivações de fé, mas o carnaval permanece, não mas como uma tradição cristã e sim social. E é na questão social contemporânea que venho escrever minhas divagações.

Segundo Nietzsche só conseguiríamos ser Super-Homens, se conseguíssemos ultrapassar as barreiras morais estabelecidas pelo nosso meio social, fazendo com que os nossos instintos humanos venham ser liberados, e conseguindo fazer isso, conseguiríamos chegar ao tão sonhado
super-homem.

Mas o que isso tem a ver com o Carnaval?
Atualmente nossa sociedade é regida por regras e aparatos sociais isso tudo para que os os nossos instintos sejam repelidos e controlados. Sofremos um vasto panóptico que sempre nos dar diretrizes do que podemos ou não fazer. Somos controlados por um sistema que nos coloca como objeto e não sujeito, além de nos formar marionetes de suas vontades.
Todo dia são formados enlatados de pessoas, cada um com suas embalagens e mentiras.

Essa mesma sociedade que encarceram nossas vontades, desejos e anseios é a mesma que seguindo uma tradição desde da Idade Média controlada pela igreja Cristã, abre uma exceção de alguns dias para que possamos viver nossos instintos, [mas claro supervisionado pelo AIE (Aparelho Ideológico do Estado) dessa sociedade] Nesse dias vivenciamos a alegria, a euforia, o excesso, a carnalidade e principalmente a vontade de ser livre, não se importando com as convenções sociais.


Acredito que a própria sociedade dar uma folga ao seus escravos, que durante um ano inteiro vive sobre seu regime hipócrita e doloso. Acredito que pensam da seguinte forma: vamos deixar nossas marionetes viveram alguns dias sem nossas cordas de controle, e depois voltamos e pegamos as rédeas e tudo volta como antes.

As igrejas gritam desesperadas contra essa festa, que contraria todos os seus valores morais e religiosos. Mas será que ela tem alguma moral pra falar de alguma coisa depois de tudo que fez? Será que elas tem algum respaldo pra falar de moral sendo que o próprio "Deus" bondoso delas, segundo a bíblia, mandou matar milhares de crianças e mulheres? [É só ler o antigo testamento] Abaixo uma foto e um vídeo interessantíssimo que vai falar da moral que a igreja e a bíblia dos bons valores seguiam e seguem. Tenho várias outras refutações, mas esse não é o assunto principal desta postagem, deixarei minhas críticas ao próximo post.



Acima uma das formas de brutais de morte utilizado na inquisição. Isso tudo foi baseado na moral da sociedade que não poderia ser denegrida, pois ofenderia o Deus bondoso que no antigo testamento mandava matar e agora manda adorar se não sofreremos o castigo eterno. uiii todo mundo que vai pro carnaval vai pro inferno. É mais fácil nós irmos pro céu que eles acreditam, do que esses fariseus hipócritas.

O mais importante é que o Carnaval é a festa da alegria, do riso, da dança, das mescla de culturas, do tom frenético, da capacidade de ultrapassar os limites e a percepção de conseguir extravasar os instintos, sem sofrer as conseqüências da moralidade que está sempre gritando o que podemos e devemos fazer. Viva o Carnaval, Viva a alegria, Viva os instintos, Viva essa oportunidade pequena porém profícua de nos libertar do cárcere que nos é colocado, e que morra a moralidade e a hipocrisia dessa sociedade ultrajante e enlouquecida.

Encontro todos vocês no carnaval com seus instintos a flor da pele, que durante 360 dias foram aprisionados !

Abraços Carnavalesco!



 
     

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Contato: wesley_diogenes@hotmail.com Quero explicar que o nome alquimista do saber vem da ideia de uma busca constante do conhecimento e do aprendizado, é como se fosse um aventureiro em busca de uma dialogia de filosofias para chegar a um determinado conhecimento, o nome do blog não passa de uma analogia e não se configura como uma prepotência da minha parte.

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