Eu encontro sempre nas minhas noites insones, que são acompanhadas de reflexões sobre minha procura da felicidade, a musa florida com vestido longo, que sempre muito sorridente e com um jeito meigo sussura no meu ouvido que está bem próxima de mim e que chegará para me aconhegar com seu abraço que cura as mazelas da alma, com beijos que acalmam os traumas e consegue escrever novas páginas de felicidade.
Ela é tão doce que tento falar baixinho quando conversamos com medo de machucar seu ouvido que sempre me escuta tão bem, ela é calma, madura, sorridente, reservada, tem uma inteligência analítica e crítica que lhe é própria e de modo algum foi copiada. Ela me diz que quando nos vermos iremos caminhar de mãos dadas pelos lugares mais secos e sem vida para tornar-los arborizados e cheio de vida, pois segundo ela, nosso amor irá transbordar sementes que fazem funcionar as coisas boas do universo.

Infelizmente só consigo encontrá-la nos momentos difícies e entorpecidos, tento de todas as formas encontrá-la com os olhos abertos, mas as paisgens que as cercam quando estou lúcido estão contaminadas com o orgulho e os pré-julgamentos, estão sujos com as amarras do passado e bloqueados para ver o horizonte das esperanças e do novo, eles estão cansados com as imagens repetidas e viciantes do que não voltará, eles não conseguem se emocionar com as belezas naturais, pois se tornaram cinzas devido ao fogo dos incêndios da inflexibilidade.

Somente com os olhos fechados a vejo melhor e me torno mais bonito, diria até que um pouco mais feliz e verdadeiro, de olhos fechados, somente eu e ela dançamos sobre o pátio dos sonhadores com as nossas utopias reluzentes gritando que é possível... caminhamos sobre aquele ar puro, que somente nosso subconsciente respira, tendo assim a certeza de que nos amamos na dimensão surreal sustentada pelo meu corpo que está imóvel, cansado e bêbado idealizando o amor que nunca teve.
Saudações Repleta de Amores Esquizofrênicos