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de
Postado por
Wesley Diogenes
Todos os dias sei muito bem que a
engrenagem do sistema me faz vivenciar seu ciclo pérfido de repetir e respeitar
o que ele me obriga a fazer: acordar;
trabalhar; ganhar dinheiro e etc. Ou seja, repetir tudo o que foi feito ontem,
me tornando assim uma máquina funcional que não pensa, apenas executa os
comandos estabelecidos pelo os processadores eficazes que ditam cada passo e
criação de como devemos viver.
Com tudo isso me sinto inerte e
prisioneiro a um modo de vida que eu não posso improvisar, apenas seguir os
parâmetros já programados por essa ignóbil sobrevivência controlada. O pior não
é seguir esse sistema panóptico bem estruturado de homens-máquina, mas sim não
encontrar saída, me deixando em uma matrix subconsciente, sendo livre apenas
interiormente, sem novidade, surpresas e encantamento com o novo e o
desconhecido.
Diariamente procuro subterfúgios
através dos alteradores de consciência para que pelo menos por algumas horas seja
eu mesmo, esquecendo assim tudo que irei ter que repetir ao acordar, nesse
interstício busco epifanias, utopias, sonhos, uma sorte momentânea e é óbvio
querendo algo que ainda não vivenciei, pro meu azar essa é uma estratégia 90%
das vezes malogradas de sentir-se satisfeito e completo no meu viver, tentativas
em vão de uma alegria paliativa que tem duração tão curta quanto um orgasmo de
segundos que te leva ao paraíso para logo depois ter uma queda
terrível nos fazendo retornar a realidade funesta do viver, aí você pensa será
essa efemeridade maravilhosa apenas uma migalha dos deuses para que possamos
acreditar que nossas vidas tem algum sentido, mesmo que seja por alguma horas
nos dando motivação para depois como marionetes sorrirmos e darmos bom dia ao no
novo dia em que tudo se repetirá?!
O que sei é que no dia seguinte
acordamos pegamos o ônibus martirizamos silenciosamente no olhar absorto pela janela do caminho que você visualiza todos os dias sobre o real sentido da vida, várias vezes olhando o relógio na preocupação para
não deixar de cumprir o horário, se indagando porque é necessário todos os dias
repetir esse processo: trabalhar e depois se jogar como um pássaro abandonado
que por pensar diferente do seu grupo começou a voar solitário
pelo céu vazio e sem nuvens na esperança quase morta de encontrar um lugar feliz para repousar e não precisar de novos voos sem perspectiva e esperança
para encontrar a tão sonhada paz de espírito e realização interpessoal linear e
duradoura.
Afinal creio que existe uma linha
tênue entre o pesadelo do viver e o sonho do querer, basta criar mecanismos que
nos faça pensar subconscientemente o que nossa mente e vida esteja preparada
pra vivenciar e experimentar na prática, apesar de todo meu pessimismo creio
com todas as minhas forças que ainda encontrarei um arquétipo que me faça está
querendo e sonhando apenas com o querer sem fim do viver e do amar.
Para finalizar essa prolixidade
detestável vos indago: somos pássaros brilhantes, livres e sonhadores ou
abutres vivendo das carniças e migalhas que o dia-a-dia nos oferece???
Saudações e Bons Voos a Todos
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