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Wesley Diogenes
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Nesse momento a única coisa que consegue ter um pouco de razão e ainda de forma mal feita é a construção desses verbetes chatos que fluem de forma espontânea, sem idéia central, sem tema, sem título, apenas um desabafo mental de um turbilhão de pensamentos angustiantes, a força deles são tão grandes que a expressão do meu rosto lembra muita a de uma criança perdida em uma multidão, transtornada por ser perder dos pais e sem saber para onde ir.
Ainda consigo balbuciar palavras, testei agora a pouco um sussurro qualquer para ter a certeza que não fiquei mudo, estou apenas sendo tomado por um silêncio de introspecções eloqüentes e polifônicas. Nada de conversar, nada de ouvir, nada de gritar, nada de cantar, silêncio, muito silêncio.
Minha voz bucólica que sussurra de forma pura e inocente amores e felicidades transcendentes também está contaminada pelas as mesmas angústias de sempre: se descobrir e entender o mundo. Ela é irritante e carrega consigo a falta de bom senso, de alteridade, de ingenuidade. Eu preciso do silêncio dos sábios, aqueles que olham, continuam olhando e quando se cansa de olhar percebem que por mais que tenha avaliado por completo o objeto visualizado concluem que é impossível tirar alguma definição, só conjecturas.
Não somos mais aquela criança que desmonta um brinquedo para descobrir como ele funciona porque na maioria das vezes que fazemos isso acabamos sem saber como remontá-los e fazê-los funcionar novamente, ou mesmo, não gostamos mais deles, já o descobrimos!
O silêncio gritante de vários dias continua e por fim posso finalizar esses devaneios verborrágicos e incongruentes nessa madrugada do dia 08 de agosto, onde nesse momento abro a janela do meu quarto que antes estava na total penumbra e solenemente vejo surgir o sol acompanhado do canto dos pássaros da mangueira da casa do vizinho. Sigo observando e avaliando os efeitos da introspecção interminável da ‘madrugada silenciosamente gritante’. Tive a honra de permanecer em silêncio para devorar o livro ‘Rebeldes Brasileiros (Educadores que desafiaram dogmas)’ foi um bom passeio reflexivo e de muito aprendizado por três grandes intelectuais: Paulo Freire, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro. O livro conseguiu ser um bom paliativo, mas por ser edição de bolso durou apenas duas horas, o restante como sempre foi preenchido pelo o que o cérebro cheio de THC e com carência de serotonina ia imaginando aleatoriamente sem conseguir em um único segundo sequer um pouco SILÊNCIO.
ps.: "Custei a compreender que a lealdade que devemos é à busca da verdade, sem nos apegarmos a nenhuma delas" Anísio Teixeira
Saudações Silenciosas Gritantes a Todos.