Alquimista do Saber

“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.” Fernando Pessoa


Fiódor Mikhailovich Dostoiévski
Há 3 anos atrás um amigo meu chamado Datan me falou muito rapidamente sobre um escritor chamado Dostoiévski e especificamente a obra Crime e Castigo, fiquei muito interessado em conhecer, na época estava conhecendo todos os tipos de leitura, auto-ajuda, best-seller, e todo tipo de porcaria literária que tivesse alguma história e que ocupasse meu tempo com a leitura, como tinha criado o hábito de ler a bíblia todo dia em meu período cristão, me habituei profundamente com a leitura, via nela um lugar onde pudesse fazer viagens sem sair do lugar e uma infinidade de benefícios que a leitura traz que não vou citar aqui, pois não é o objetivo do post. Continuando, resolvi ler Crime e Castigo e fiquei profundamente extasiado com aquela leitura, foi pra mim algo mágico, fui lendo e me envolvendo de uma forma, que certa vez fui finalizar a parte que faltava do livro em um dia, comecei às 11 da noite e fui parar 6 da manhã, quando terminei de lê-lo estava completamente maravilhado, literalmente em outra dimensão, todos os meus sentidos ficaram paralisados e estava em um estado de completa magia e satisfação que nunca nenhum outro livro conseguiu me levar. Desde então outro ídolo se constituia em minha vida.

Obviamente que fui ler outros livros dele, e sempre era surpreendido por uma escrita bem feita, por histórias totalmente inéditas, que sempre fugia da normalidade literária, que é muito difícil um escritor fugir, e principalmente não fazer dos personagens principais da sua trama aquele herói cândido, bucólico, puro, cheio de virtudes, moralidades e certinho. Seus personagens sempre possuiam os dois lados da moeda, no livro recordações da casa dos mortos, ele descreve a seguinte frase que eu adoro. "Até nos seres mais envilecidos podemos encontrar os mais belos sentimentos humanos", além das características psicológicas que está contida em toda a sua obra, e óbvio, influenciou grandemente Sigmund Freud, que chega a dizer que o livro Os irmãos Karamazov é melhor romance já escrito na história. São tantas informações que tenho receio de ser prolixo demais em minha explanação sobre o melhor escritor da história literária (em minha opinião é claro) Mas vamos lá.
Temas como humilhação, assassinato, suicídio, loucura, homicídio e até um suposto parricídio são encontrados em suas obras, confesso que são textos extremamente sombrios e depressivos, mas se conseguir obter um aprofundamento na leitura e uma análise mais holística é impossível não visualizar muita arte e talento em seus livros.
"Compara-se muitas vezes a crueldade do homem à das feras, mas isso é injuriar estas últimas."
Dostoiévski possui a ideia de purificação através do sofrimento, que ele acredita ser essencial para alcançar a liberdade plena.
"A purificação pelo sofrimento é menos dolorosa que a situação que se cria a um culpado por uma absolvição impensada."
Sua vida foi repleta de sofrimentos e extremamente sorumbática, sofria de epilepsia, desejou por muito tempo a morte do pai, quando ele morreu supostamente pelos próprios servos, Dostoievski ficou profundamente abalado, sentiu-se culpado, o que agravou deveras sua epilepsia e sua depressão.


Achei essa descrição e detalhamento da sua obra muito interessante.
Dostoevsky criou um trabalho de imensa vitalidade e o poder quase hipnótico caracterizado pelas características seguintes: cenas febrilmente dramatizadas (os conclaves) onde os caráter deles estão freqüentemente comprometidos na atmosfera escandalosa e explosiva, apaixonadamente cometido com os diálogos de Socratic da Rússia; a procura de Deus, o problema da Injustiça e o sofrimento do inocente freqüenta a maioria dos romances deles; os caráter ajustaram em categorias diferentes: Christian humilde e modesto (príncipe Myshkin, Sonya Marmeladova, Alyosha Karamazov), ego-devastando niilista (Svidrigailov, Smerdyakov, Stavrogin, o homem subterrâneo), os libertinos cínicos (Fiódor Karamazov), os intelectuais rebeldes (Raskolnikov, Ivan Karamazov); os caráter deles também são administrados pelas idéias em vez do usual imperativos biológicos ou sociais.

Os romances de Dostoevsky estão comprimidos pelo tempo (muitos sós cobertura alguns poucos dias) e isto permite ao autor que você livre de um das características dominantes da prosa realística, a corrosão de vida humana no processo do fluxo do tempo - o caráter deles inclui os valores espirituais principalmente e estes são, por definição, eternos. Outros tópicos obsessivos incluem o suicídio, o orgulho ferido, o colapso dos valores familiares, a regeneração espiritual por sofrer (a razão mais importante), a rejeição ocidental e a declaração da Ortodoxia russa e o Zarismo. O trabalho deles às vezes é caracterizado como 'polifônico': ao contrário de outros novelistas diferentes, Dostoevsky é livre de 'uma única visão', e embora muitos escritores descreveram as situações de vários ângulos, o Dostoevsky gerou só romances completamente dramáticos de idéias onde são desenvolvidos pontos de vista contraditórios e caráter para um crescendo intolerável.


Em seus livros consigo encontrar-me em seus personagens, visualizar minhas próprias vilanias, instigar minhas filosofias, aprofundar minha racionalidade, fazer introspecções e mergulhar em um oceano de experiências quase transcendentais totalmente inefáveis. Por esse estilo ousado, por esse ineditismo literário e tudo o que foi citado acima, que ele se tornou um dos meu grandes ícones.

São tantas informações, livros e coisas fantásticas desse escritor que se fosse detalhar tornaria muito prolixo essa postagem, por isso, vou ficando finalizando por aqui.
Saudações literárias a todos.


Janis Joplin


Certa vez alguém que não me lembro quem nem quando colocou Summertime da Janis Joplin para que eu escutasse, foi algo mágico, quando ouvi aquela voz única e estrondosa fui inexplicavelmente arrebatado em uma introspeccção cheia de sentimentos, por mais que não entendesse a letra, pois sou totalmente leigo no inglês, conseguia sentir a vibração da dor e da angústia repassada através daquela música cantada por ela que em seguida se tornaria minha grande paixão musical.




A partir dessa música óbvio que fui atrás de pesquisar tudo sobre essa grande mulher, recentemente tive a oportunidade de ler sua biografia que do início ao fim é marcado pela a emoção, dor, sofrimento, entusiasmo e poesia, poesia de vida. Tentarei sucintar ao máximo sua biografia expondo as partes que acho essenciais e que de certa forma possui pontos em comum com o que acredito.



Janis nasceu na cidade de Port Arthur, Texas, nos Estados Unidos. Cresceu ouvindo músicos de blues, tais como Bessie Smith e Big Mama Thornton. Joplin concluiu o curso secundário na Jefferson High School em Port Arthur no ano de 1960, e foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com amigos.


Ela foi influenciada pela geração Beat que efervecia na década de 60 em São Francisco, possuia um estilo ousado, roupas coloridas, vários acessórios e muita muita droga. Sofria uma terrível perseguição desde o tempo colegial por seu aspecto diferente da maioria, crescida em uma região totalmente provinciana regada de valores bestas, ops morais. rs, era totalmente marginalizada. [Tentemos lembrar de nossa época de colégio, faculdade, sei lá, sempre tinha alguém que por ser diferente da maioria era alvo de ridicularização, críticas e sarcasmos... Certa vez conversei com um doutora em Sociologia chamada Tânia Silva, perguntada sobre o porque do preconceito, ela me falou algo que levo até hoje em minhas considerações: "Na sociedade de hoje tudo que é diferente sofre preconceito". Assim como Janis que era expulsa de bares e excluída de festas, assim me sinto, não por exclusão dos outros, mas por não conseguir encontrar espaço para que possa viver da forma que acho agradável.]


Em 1967 Janis estoura no mundo da música no famoso festival pop de Monterey, a partir daí Joplin vira uma celebridade, considerada até hoje a única mulher branca capaz de cantar blues, ela encantou e fez chorar de emoção uma geração que é impossível não invejar, uma época em que grupos de pessoas sonhavam com a paz, com o amor e a ideia utópica de um mundo melhor. Janis cantava blues, pois acreditava que o blues 'era querer ter uma coisa que não se pode ter nunca'. [O fato de querer ter uma coisa que não se pode ter é algo para mim tão real e tão forte em minha vida que é impossível não me encontrar nessas palavras, um exemplo: hoje vejo mulheres de todos os tipos, mas como minha psicóloga gosta de dizer, a mulher dos seus sonhos é a perfeição que você nunca vai conseguir encontrar, seja mais flexível. sic ¬¬. Não é que busque sempre algo que não possa ter, mas as coisas que quero são imbutidas de sonhos e como na época de Janis, sonhar não é uma coisa muito fácil.]


Antes mesmo do estrelato Janis já possuía uma dependência química de heroína extramamente forte, várias vezes tentou se tratar, entre um dos seus tratamentos realizou uma viagem ao Brasil em 1970 para assistir ao carnaval do Rio, em uma oportunidade foi convidada para o camarote presidencial, como de costume foi expulsa por seus modos nada peculiares para aquela época e foi encontrada no hall do municipal aos prantos, entre rios de lágrimas essas foram suas palavras:
- Man, vim de longe para ver o carnaval de vocês... vi aqueles caras sambando só com os pés e alma. Man, vim a essa festa enorme , fui convidada a subir a um camarote por gente que é muito famosa aqui; entro e eles me expulsam de lá. O que me incomodou foi o riso deles, a gargalhada daquela gente, todos rindo de mim. Sabe, man, eles não me conhecem, não querem saber o que penso, o que eu faço, não querem nem ouvir o meu canto. Só querem me ridicularizar, man, e isso dói. [É difícil conviver em uma sociedade onde os valores morais impostos são tão ridículos e preconceituosos que nos faz sentir ojeriza dela. A aparência, o dinheiro, a lei dos bons costumes (como eu odeio isso) são rigidas de uma forma tão pragmática e hipócrita, que prefiro ser um marginal dela do que entrar na roda desse sistema inaceitável e medíocre.]


No dia 4 de outubro de 1970 Janis morre de uma mistura mortífera de heroína, bebidas alcoólicas, sofrimento e muitas decepções que o sucesso e o reconhecimento não conseguiram sanar ou mesmo afagar. Aquela voz lírica, potente e carregada de sentimentos seria eternizada em suas músicas inesquecíveis. Seu corpo foi cremado e em uma cerimônia sua cinzas fora jogada no pacífico, ao encontro do mar de esperanças e sonhos realizáveis dos corações assim como o dela quiméricos. Quando a escuto, além da música, escuto meu ser, o sussurrar da minha alma, o entorpercimento vazio da dor, e a busca incensante da vida em sua plenitude.Vou tentando levar minha vida ao ritmo dessa sua frase simples porém extramamente complexa. "Meu negócio é aproveitar e se divertir. E por que não, se no fim vamos terminar mesmo?"



Saudações musicais a todos.

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Contato: wesley_diogenes@hotmail.com Quero explicar que o nome alquimista do saber vem da ideia de uma busca constante do conhecimento e do aprendizado, é como se fosse um aventureiro em busca de uma dialogia de filosofias para chegar a um determinado conhecimento, o nome do blog não passa de uma analogia e não se configura como uma prepotência da minha parte.

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Já dizia Dostoiévski em os Irmãos Karamazov: "SE DEUS não existe e a alma é mortal, tudo é permitido"


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